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O motivo fundamental da existência do meu Blog, é divulgar os textos que meu marido Edno escreve toda semana, tendo como fonte a temática da nossa Igreja.

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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

CRONICAS DO COTIDIANO - 06-02-2014


CRÕNICAS DO COTIDIANO                               ( E.G.A.)

            - Vovô, o que quer dizer próximo?

            - O que está perto, respondeu o avô, sem desviar os olhos do jornal.

            - Amar ao próximo é amar quem está perto? Insistiu o menino.

            - Vou tentar explicar melhor, disse o avô, dobrando o jornal e se aproximando do neto.

            Próximo, aí, tem outro sentido. Jesus Cristo, quando os discípulos lhe perguntaram  “ Quem é o meu próximo?” inventou uma história conhecida como Parábola do bom samaritano, para que eles mesmos descobrissem o significado da palavra.
            Como é muito complicada para você entender o que seja fariseu, levita, samaritano, eu vou contar uma historinha que aconteceu há em pouco tempo atrás. Quer ouvir?
            - Claro, respondeu o neto, sentando ao lado do avô. Adoro suas histórias...
            Semana passada, houve mais um “apagão” na cidade, começou o avô. Um casal de velhinhos ao chegar do médico ao seu prédio,não pôde usar o elevador e ficou na portaria, com outros moradores.
            O velhinho, preocupado com seus aparelhos elétricos que deixara ligados ao sair, resolveu subir os onze lances de degraus, apesar da fragilidade de sua saúde.
            Começou a subir, contrariando sua esposa, que ficou naturalmente preocupada.
            Subindo vagarosamente, fazendo uma pausa de andar em andar, aproveitando a tarde estar ainda clara, embora o calor fosse de mais de 40º, quando chegou ao 10º andar ( um abaixo de onde morava com sua esposa) viu a porta do apartamento em frente à escada aberta e o morador sentado em sua cadeira de rodas, suado, sem camisa, se enxugando com uma toalha.
            Era  um senhor paraplégico que morava sozinho no 1012 ( lado do sol à tarde) com quem apenas trocava cumprimentos eventuais, ao se cruzarem no elevador, ou na entrada do prédio.
            Sentou-se no chão da escada, para descansar um pouco, cumprimentou o vizinho, comentou o calor e ouviu dele:
            - O senhor está passando mal? Quer um copo dágua gelada? A geladeira está parada, mas ainda tenho água suficiente...
            Enquanto falavam, passou entre eles uma jovem vizinha do velhinho que morava do seu lado direito, sem pedir licença ou cumprimentá-los.
            -Bom dia, disse o velhinho, irônicamente, afastando-se para lhe dar passagem, sem obter resposta...
            O cadeirante, também idoso, balançou a cabeça e insistiu: “Quer um pouco dágua?”
            Agradecendo, o velhinho continuou a subir o andar que faltava e entrou em casa.
            Neste ínterim, sua esposa, preocupada, resolvera subir também, apesar de seus joelhos e coluna vertebral operados.
            “ Vou aproveitar a jovem moradora do apartamento do lado esquerdo, que conheço desde quando era colegial, (que estava chegando), para subir com ela, pensou a velhinha; assim estou garantida...”
            - Não posso lhe fazer companhia, desculpe, disse a moça ao ser convidada a subirem juntas; estou com muita pressa; e seguiu escada acima.
            Felizmente, ao chegar ao sétimo andar, a energia elétrica foi restabelecida e todos voltaram às suas atividades costumeiras.
            -Agora, disse o avô a seu neto, eu pergunto a você, que é inteligente, quem era o próximo dos velhinhos desta história?
            - O que ofereceu o copo dágua, respondeu o neto, prontamente.
            - E o que você aprendeu nesta história? Insistiu o avô.
            Depois de pensar um pouco, fazendo um trocadilho, o neto deu a resposta certa:
            -Que nem sempre o próximo é o que está mais próximo. Próximo é aquele que procura ajudar o necessitado quando é preciso.
            - Disseste bem, finalizou o avô, parafraseando o Mestre dos mestres: Vai e faze o mesmo.

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