Estamos no fim do ano e já começaram a surgir as primeiras avaliações e serem preparados os relatórios de tudo o que foi realizado.
É possível que alguém faça, mas é muito difícil que conste num relatório, além dos fatos positivos e realizações de sucesso, o que deixou de ser feito ou que deixou a desejar.
Assumir publicamente erros cometidos, então, é quase impossível.
( É muito conhecida a lógica da frase do técnico esportivo: “Eu ganhei, nós empatamos, eles perderam...”) O ego fala mais alto...
Um humorista famoso cunhou este “ditado”, que se aplica a qualquer situação: “ Errar é humano; por a culpa nos outros, também...”
É assim desde Adão. Ao ser interpelado sobre quem era responsável pela desobediência, ele transferiu a culpa para a mulher: “ A mulher que me deste por esposa, ela me deu do fruto da árvore e eu comi...” ( Gn. 3:12)
Reconhecer seus erros e pecados é o primeiro passo para alguém ser perdoado e antecede ao arrependimento.
“ Não sou digno que entres em minha casa...”( Mateus 8:8) – “ Se nalguma coisa defraudei alguém, restituo quatro vezes mais”( Mateus19:8) foram declarações feitas a Jesus Cristo, que pela sinceridade de seus autores, mereceram o elogio do Mestre, apesar de todos os erros cometidos.
Este é o sentido da Parábola do fariseu e do publicano ( Lc. 18:9-14) que o Mestre propôs a seus discípulos e que exalta aquele que exerce autocrítica e se humilha, reconhecendo sua fraqueza e pequenez.
“Nosce te ipsum” ( Conhece-te a ti mesmo) é um fundamento da filosofia para uma avaliação eficaz, lembrando: “ Bem aventurado é aquele que não se condena naquilo que aprova”
( Romanos 14:22)