1/ 12 /
2014 DIVERGÊNCIAS
Existem frases que são ditas para
ilustrar um pensamento e que acabam se transformando em “verdades absolutas”,
sem realmente serem.
Uma delas, irônica e sarcástica, do
escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues
“Toda unanimidade é burra”, não corresponde à verdade. ( Como diria o
falecido humorista Francisco Milani: “ Há controvérsias...” )
Entre os cristãos, desde a
instalação da Igreja Primitiva, sempre houve ( e sempre haverá ) divergências;
algumas saudáveis, outras, porém, perniciosas, que buscam apenas exaltar o ego
de quem as provoca.
No capítulo 15 do Livro de Atos dos
Apóstolos está registrada a divergência entre cristãos que já entendiam que a
Salvação é pela Graça, mediante a fé em Cristo Jesus e alguns outros ( chamados
judaizantes) que a condicionavam à circuncisão, uma mera tradição judaica...
Uma das lições que podemos tirar do
relato de Lucas é que nenhum dos apóstolos era o “dono da verdade”.
O tema foi levado ao conjunto de apóstolos e presbíteros e debatido
livremente durante um longo período. Foram ouvidos Paulo e Barnabé, Pedro tomou
a palavra e discursou sobre o seu ministério entre os gentios, mas quem deu a
palavra final foi Tiago, que liderava, na ocasião, o que podemos denominar de
Primeiro Supremo Concílio.
Baseados nas Escrituras Sagradas, todos concordaram em enviar uma carta
ao irmãos em Antioquia, dirimindo a dúvida.
Nela está o modelo de atitude que sempre deve pautar as decisões de toda
e qualquer liderança cristã.
Possamos nós, ainda hoje, com sinceridade de propósitos, também dizer: “Pareceu
bem ao Espírito Santo e a nós...” ( Atos 15:28)